Presidente da China diz que marxismo seguirá como base da economia chinesa

Já faz 42 anos que Deng Xiaoping abriu a fechada e atrasada economia chinesa, em 1978. De lá para cá, a China tirou 800 milhões de pessoas da miséria, se transformou na segunda maior economia do mundo e passou a liderar algumas das mais promissoras frentes em tecnologia, como as redes 5G. A escalada aconteceu com a manutenção de um regime político centrado no Partido Comunista, que decide internamente os líderes do país, e segue controlando com mão de ferro atividades sociais.
É possível a China seguir com essa dualidade num mundo cada vez mais polarizado com os Estados Unidos e com a necessidade de reinventar a economia mais uma vez — passando da produção massiva com foco na exportação para um regime centrado no consumo interno? Para o presidente chinês Xi Jinping, a resposta é um sonoro “sim”. Num artigo publicado no sábado no periódico político Qiushi, e republicado pelo South China Morngin Post, de Hong Kong, Xi afirmou que o marxismo seguirá norteando a política econômica do país.
“A fundação da política econômica da China só pode ser a política econômica marxista”, afirmou. Para quem esperava uma mudança, na postura, Xi, que também é secretário geral do partido comunista, dobrou a aposta na estratégia das últimas décadas. Para ele, o sistema socialista com características chinesas é um pilar da política econômica do país que não somente levou a desenvolvimento econômico como consolidou a posição do partido.
Segundo o SCMP, Xi afirmou que após 30 anos de reformas e abertura, e em meio a uma mudança na ordem global, direcionar o país para o futuro será um grande teste para o partido comunista. O presidente chinês negou que a política marxista possa estar atrasada, e disse que ela permitia que os mercados tenham um papel decisivo na alocação de recursos mas também garante o controle do governo.
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