Apoie o DCM

Presidente do PSOL ironiza declaração de Lula sobre 2013: “Quer dizer que é tudo armação da CIA?”

Juliano Medeiros, presidente do PSOL. Foto: Reprodução/Twitter

Do Twitter de Juliano Medeiros, presidente do PSOL:

Quer dizer que as centenas de historiadores, sociólogos e cientistas políticos de ESQUERDA estão perdendo tempo ao estudar 2013 como um fenômeno social complexo que estava em disputa porque, na verdade, tudo não passou de uma armação da CIA? Discordo.

Vladimir Safatle, André Singer, Flávia Biroli, Leonardo Avritzer, Esther Solano, Rudá Ricci, Luiz Felipe Miguel.Só pra citar alguns dos/das principais nomes da ciência política e da sociologia de esquerda que defendem a visão de que junho expressa um fenômeno social complexo.

Na base desse fenômeno está um enorme descontentamento com a degradação dos serviços públicos e da qualidade de vida nos grandes centros urbanos. Organizei junto com @Maringoni50 um livro sobre o lulismo com vários artigos que abordam as raízes de junho de 2013.

Evidentemente, as manifestações foram disputadas por diferentes setores sociais. Do Movimento Passe Livre à nova direita que criaria o MBL; do PSOL e PT aos lavajateiros. Começou com um viés progressista e foi cooptado por uma narrativa reacionária. Estava em disputa.

Boaventura de Sousa Santos caracteriza junho de 2013 como parte das chamadas “revoltas de indignação” que ocorreram no mundo todo a partir de 2011. Me alinho a essa interpretação (uma entre tantas outras). Por isso divirjo da ideia de que tudo não passou de uma armação da CIA.

A reação de muitos comentários aqui, evidentemente, interditam o debate de ideias. Eu respeito o ex-presidente Lula e posso discordar dele. Quem acha que respeito deve vir acompanhado de servidão, ainda não entendeu que o PSOL tem ideias próprias e as defende de cabeça erguida.

Seja como for, a declaração do ex-presidente Lula é uma boa oportunidade para debatermos mais o assunto, avaliando a natureza de junho de 2013 (há quem defenda até que só havia aspectos positivos) e debatendo os sentidos das manifestações de 2011-2013 em todo o mundo. Bora?