Preso em casa, Roberto Jefferson pede ao TSE registro para sucessão presidencial

Roberto Jefferson, em prisão domiciliar desde agosto de 2021, pediu nesta sexta-feira (12) registro à sua candidatura ao Palácio do Planalto pelo PTB. Seu vice é o Padre Kelmon, do mesmo partido.
Jefferson foi detido por determinação do Ministro Alexandre de Moraes, que entendeu que ele participava de uma suposta organização criminosa que atuava nas redes para atacar a democracia.
Para o candidato, sua chapa busca atender “alguns nichos de opções ao eleitorado direitista” e não pretende “inibir” filiados que apoiem a reeleição de Jair Bolsonaro (PL), de quem se declara admirador:
“Sou fã das ideias de Bolsonaro. Ele defende os mesmos valores e bandeiras do nosso PTB […] Nossa ação não se opõe a Bolsonaro, confronta a abstenção […] Não desejo inibir nenhum companheiro que deseja apoiar, no partido, o Presidente à sua reeleição. Apoie. Ao final, estaremos juntos”, disse.
Advogados especialistas em direito eleitoral ouvidos pelo G1 apontam que há boas chances do TSE registrar a candidatura do petebista, uma vez que ele não tem nenhuma condenação pelos fatos que o levaram ao aprisionamento.
O risco de impugnação, todavia, vem de uma condenação sofrida por ele em 2012, ainda fruto do chamado “escândalo do mensalão”. Naquele ano, o agora candidato do PTB ao Planalto foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele havia delatado o suposto esquema em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo” em 2005.
O ex-deputado foi preso em fevereiro de 2014 para cumprimento de uma pena de 7 anos e 14 dias de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Com base em um indulto natalino editado pela então presidente Dilma Rousseff (PT) no final de 2015, a defesa do ex-deputado solicitou o perdão da pena ao STF em 2016. O perdão foi concedido em março pelo ministro Luís Roberto Barroso.