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Pretender ser chamado de “Comandante-em-Chefe” é delírio arrogante de Bolsonaro, diz colunista

Bolsonaro e militares Foto: EVARISTO SA / AFP

Da coluna de Álvaro Castelo Branco, na Folha de S. Paulo:

Dilma era mais simples em suas idiossincrasias: queria ser chamada de presidenta. Bolsonaro vai exigir dos novos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica —depois que os anteriores bateram em retirada— que seja tratado como comandante-em-chefe das Forças Armadas. É mais um passo no projeto “Um exército pra chamar de meu”, que já conta com adesão de parte das Polícias Militares.

Delírio arrogante, mas ainda modesto, de quem pisa devagar para reconhecer o terreno minado. Quem sabe no futuro ele não obrigue a população a tratá-lo por Generalíssimo, como Francisco Franco na Espanha. Capitaníssimo é opção de espírito mui pobre, além de lembrar um passado a ser esquecido, envolvendo atos de indisciplina e deslealdade com superiores hierárquicos e prisão durante 15 dias. (…)

A obrigação de mudança no tratamento é típica de almas ressentidas, portanto uma mensagem facilmente codificada pelos membros da seita bolsonarista. O general Edson Pujol, ex-comandante do Exército, foi contemporâneo de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras. Imagine a satisfação de quem escapou de ser expulso da corporação em humilhar aquele que alcançou o posto mais alto na carreira. (…)

X.X.X.

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