Procurador que ‘esqueceu’ documento na gaveta no caso das propinas do metrô vai ser investigado
O Ministério da Justiça cobrou pelo menos três vezes que o procurador da República Rodrigo de Grandis respondesse ao pedido de investigação feito pelo Ministério Público da Suíça em 2011 sobre os suspeitos de intermediar propinas pagas pela empresa Alstom a políticos e servidores de São Paulo.
A cobrança foi feita por meio de ofícios encaminhados pelo DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional). Grandis, que recebeu em 2011 o pedido de apuração das autoridades europeias, também foi alertado verbalmente e via e-mail por promotores estaduais.
O procurador, contudo, nada fez para ajudar os colegas suíços em dois anos e oito meses. O Ministério Público suíço cansou de aguardar a colaboração do procurador brasileiro e arquivou as investigações em relação a três suspeitos do caso.
A justificativa do procurador de que o requerimento foi colocado em uma pasta errada foi a terceira versão apresentada por ele para explicar a falta de cooperação com a Suíça.
Quando o pedido foi divulgado pela imprensa, no início do mês, Grandis disse que adoção das medidas requeridas pelos suíços poderia alertar os suspeitos e assim prejudicar as investigações das autoridades brasileiras.
Depois, informou que todos os requerimentos suíços de cooperação endereçados a ele haviam sido atendidos.
No dia 25, porém, o gabinete de Grandis relatou que ocorreu a “falha administrativa” de colocar o pedido na pasta errada.
Ontem, a corregedoria do Ministério Público Federal anunciou a abertura de sindicância em relação a Grandis.
Saiba Mais: Folha