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Procuradores denunciam quadro generalizado de tortura praticada em presídio por força-tarefa enviada por Moro

Moro. Foto: Reprodução/Twitter

Um cotidiano de tortura e truculências “em escala industrial” nos presídios do Pará foi implantado por agentes federais da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária, segundo a denúncia assinada por 17 dos 28 procuradores do Ministério Público Federal que atuam no Estado.

Pessoas libertadas, familiares de detentos e servidores estaduais relataram aos procuradores uma rotina que inclui pauladas com vassouras, ataques diários com balas de borracha e spray de pimenta, empalamento pelo ânus, perfuração dos pés com pregos, entre outras atrocidades. Essa ação de improbidade administrativa do MPF, à qual o El País teve acesso, mirou o agente penitenciário federal Maycon Cesar Rottava, designado para ser o coordenador da força-tarefa. Em liminar do último dia 2 de julho, a Justiça Federal do Pará determinou o afastamento cautelar do agente de sua função.

Na segunda-feira, em meio ao escândalo, o ministro Sergio Moro esteve na cidade de Ananindeua para averiguar os trabalhos da intervenção federal. Estava acompanhado do governador Helder Barbalho e de Rottava, o agente afastado por determinação da Justiça devido às denúncias de tortura.

Questionado, Moro afirmou que a ação do MPF era um “mal-entendido”. “Acho que as bases que levaram à propositura desta ação não estão corretas. Tenho absoluta crença de que, assim que os fatos forem totalmente esclarecidos, esta questão vai ser resolvida. A intervenção levou disciplina para dentro dos presídios”, declarou. Sobre a presença de Rottava, que aparece em fotos durante o encontro, Barbalho afirmou que ele estava na condição de assessor do Departamento Penitenciário Nacional.

Informação de Felipe Betim no El País Brasil.