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Procuradores encontraram “batom na cueca” em doação da Odebrecht para FHC e não fizeram nada

Fernando Henrique Cardoso e a Odebrecht. Foto: Reprodução/YouTube/Wikimedia Commons

Nas mensagens obtidas pela defesa de Lula da Operação Spoofing, os procuradores da Lava Jato em Curitiba dizem ter encontrado “batom na cueca” no pedido de dinheiro feito pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à empreiteira Odebrecht.

Os procuradores da Força-Tarefa, no entanto, não fizeram nada. Na conversa com outros procuradores em 17 de novembro de 2015, o procurador Roberson Pozzobon sugere que o MPF deveria investigar o Instituto FHC “concomitantemente” ao Instituto Lula e à LILS (empresa de palestras de Lula). De acordo com ele, a ação responderia às críticas que a Lava Jato vinha sofrendo por, supostamente, atingir apenas alvos petistas.

Pozzobom fala sobre “fraturas expostas” no Instituto FHC que poderiam embasar as investigações. As “fraturas” são e-mails trocados entre Anna Mantovani, funcionária do ex-presidente, Manuel Diaz, representante da Associação Petroquímica e Química da Argentina, e o empresário Pedro Longhi a respeito de uma doação da Braskem, braço petroquímico da Odebrecht, ao instituto. Mantovani escreve sobre “opções” de doação que a empresa poderia adotar, excluindo a possibilidade de palestra do ex-presidente. “Não podemos citar que a prestação de serviço será uma palestra do Presidente”, escreve a funcionária.

“Querem mais batom na cueca?”, perguntou o procurador.

Nada foi feito sobre o assunto e ele foi deixado de lado pela Lava Jato.

Essa conversa está no relatório fornecedio pelo perito Claudio Wagner à defesa de Lula. Está à página 27.

Confira a íntegra: