Professor envenenado queria denunciar suposta corrupção em escola

Agentes da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) investigam se um suposto esquema de corrupção no Centro de Ensino Fundamental 410 Norte tem relação com a morte de Odailton Charles de Albuquerque Silva, 50 anos. A situação foi narrada pelo professor por meio de áudio do WhatsApp.
Ele afirmou que buscaria documentos na instituição em 30 de janeiro e, depois, abriria uma denúncia contra a Coordenação Regional de Ensino. Neste mesmo dia, ele passou mal ao ser envenenado pela substância aldicarbe, presente em raticidas como o chumbinho, e morreu na última terça-feira. Em nota, a direção da unidade disse que nenhum servidor “serviu qualquer coisa” ao docente.
Na mensagem enviada para amigos, Odailton Charles afirmou que tinha provas para denunciar “irregularidades” no CEF 410, como documentos particulares, extratos bancários e áudios. “Vou fazer uma denúncia formal contra a (Coordenação) Regional de Ensino por conta do dinheiro que deixei na escola e nunca repassaram para mim. Seguraram o dinheiro e agora estão utilizando da forma que eles querem. (…)
Acho que está havendo rachadinha”, disse. “Eu indiquei dois ou três empreiteiros e eles não aceitaram de jeito nenhum. Seguraram o dinheiro até agora em janeiro. Agora está lá de vento em popa, liberando dinheiro à vontade lá”, acrescentou o professor.
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