Professor Marcos Braga, ativista dos direitos socioambientais, morre aos 51 anos de Covid-19

Um homem apaixonado pela vida, pelos estudos, pelos direitos humanos e, principalmente, pela luta dos povos indígenas na Amazônia. Professor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Marcos Antônio Braga de Freitas, de 51 anos, natural da cidade de Pacajus, no Ceará, morreu em Boa Vista na noite de quinta-feira (11/02), vítima da Covid-19. Braga exercia a função de diretor do Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena.
O mestre e doutor em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) se tornou professor do magistério superior na coordenação do Curso de Licenciatura Intercultural do Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena da UFRR, em 2004. O nome Insikiran vem da mitologia dos povos indígenas que habitam o Monte Roraima.
O professor lecionou na área das Ciências Sociais e colaborou com os cursos de Gestão em Saúde Coletiva Indígena, Gestão Territorial Indígena, Psicologia, História, Antropologia e Ciências Sociais. Braga deixa um grande legado nas áreas de antropologia e educação superior, com ênfase em etnologia indígena, educação escolar indígena, manifestações artísticas e culturais e direitos humanos.
Para além da vida acadêmica, Braga também atuava em diversos movimentos sociais, em defesa de causas como a socioambiental e a LGBT. Nos últimos anos, o professor se dedicou à política, se tornando porta-voz e um dos fundadores do partido REDE Sustentabilidade em Roraima. Ele foi um dos coordenadores da campanha eleitoral da primeira mulher indígena do Brasil, a deputada federal Joênia Wapichana. (…)