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Programa da GloboNews estreia com bate boca e erros da apresentadora Christiane Pelajo

Do Notícias da TV:

Quatro meses e meio depois de deixar o Jornal da Globo, Christiane Pelajo teve uma reestreia “desastrosa” na GloboNews, na avaliação de profissionais do próprio canal de notícias. A primeira edição do telejornal comandado por Pelajo, na segunda-feira (29), foi marcada por um bate-boca da apresentadora com o ministro da Saúde e por uma barriga _termo que no jargão jornalístico significa erro de informação. O programa confundiu casos suspeitos de microcefalia com casos confirmados. Foi objeto de uma nota de desmentido por parte do ministério. Ontem (1º), o telejornal admitiu discretamente que errou.

O Edição das 16h, nome do telejornal de Pelajo, apresentou na segunda-feira um levantamento mostrando divergência entre os números de casos de microcefalia reportados pelos Estados e pelo Ministério da Saúde. Afirmou que em São Paulo haveria 149 casos confirmados, de acordo com a secretaria estadual de Saúde, enquanto o ministério, equivocadamente, sustentava que não havia nenhum caso confirmado. No Rio, seriam 252 casos confirmados pela secretaria e apenas dois confirmados pelo governo federal.

Ao vivo no estúdio da GloboNews em Brasília, o ministro Marcelo Castro travou um bate-boca com Christiane Pelajo e com a jornalista Cristina Tardáguila, responsável pelo levantamento de dados. Pelajo e Tardáguila pressionaram o ministro a explicar o motivo das divergências e da fragilidade dos dados do ministério. Castro, sem sucesso, tentou mostrar que as informações estavam erradas.

“Não existe nenhuma fragilidade nos dados do Ministério da Saúde. O que há é uma confusão entre casos confirmados, suspeitos, e casos notificados”, disse o ministro. “Confirmados no Rio de Janeiro só há dois casos”, insistiu.

O apelo do ministro não foi levado em consideração. À noite, o ministério emitiu nota dizendo que lamentava que o Edição das 16h “tenha classificado como ‘falsos’ as informações do grupo de especialistas e os dados encaminhados pelos Estados, contidas nas falas públicas do ministro da Saúde”. E deu uma rápida lição de jornalismo: “O Ministério da Saúde considera importante o trabalho da imprensa, com seus questionamentos e críticas. Quando feita de maneira adequada, contribui para o controle social e correção das ações do poder público. A indução ao erro e o reforço a boatos, em uma situação de emergência nacional em saúde pública, no entanto, traz insegurança e confunde a população”.