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Propaganda dos “médicos pela vida” sobre “tratamento precoce” foi bancada por farmacêutica da Ivermectina

Tratamento precoce já foi descartado por comunidade científica. Reprodução: Folha de S. Paulo

Informações recentemente descobertas pela CPI da Covid mostram que o incentivo feito por médicos da “Associação Médicos pelo Brasil” para que as pessoas usassem o kit covid como forma de tratamento precoce não passou, na verdade, de uma propaganda paga por farmacêutica de um dos medicamentos.

Os anúncios publicitários foram veiculados nos principais jornais do país e tinham como autor apenas o grupo Médicos pela Vida, induzindo a pensar que a publicidade se daria apenas pelo interesse público em divulgar medicamentos que poderiam ajudar no combate ao covid-19, levando muitas pessas a fazerem o seu uso.

A peça defendia o tratamento precoce com o uso de cloroquina, ivermectina, zinco e vitamina D. Os remédios, à época, já eram descartados pelas comunidades científica e médica para o tratamento da doença.

Ao que se sabe, pelo menos a Vitamedic, que produz a ivermectina, pagou ao grupo pela propaganda. Em dados enviados à CPI da Covid, ela informou que aumentou a venda de caixas do medicamento em 1.230%, passando de 5,7 milhões em 2019 para 75,8 milhões em 2020.

De acordo com o Código de Ética Médica, o financiamento da campanha pela farmacêutica pode configurar conflito de interesses.

No site oficial do Médicos pelo Brasil, aparece o oftalmologista Antônio Jordão, que assinou o termo de responsabilidade para que os anúncios pudessem ser veiculados e esteve ao lado de Bolsonaro em uma reunião em setembro, que pode ser uma das feitas pelo chamado Gabinete Paralelo.

 

Com informações de Folha