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Protagonismo de Renata Campos surpreende no jogo sucessório

Tem chamado a atenção de quem frequenta a casa do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, nos últimos dias, o comportamento de sua esposa, a economista Renata Campos, diante da tragédia que vivencia a família desde a última quarta-feira (13). De pouca fala, avessa a entrevistas, porém tida como preparada, boa ouvinte e, principalmente, conhecida por ter sido bastante valorizada pelo marido, a viúva tem mantido postura surpreendente.

Com serenidade, embora bastante abatida, segundo correligionários do PSB, ela participou de todas as discussões políticas até agora. “Enquanto a ministra Ana Arraes (mãe de Campos) está despedaçada e questiona constantemente ‘por que não fui eu’, Renata tem segurado as pontas de todos”, afirmou um amigo que foi até a casa prestar condolências.

Segundo a secretária de Cultura de Recife, Leda Alves, que teve longa conversa com a esposa de Eduardo Campos na última sexta-feira, Renata disse que tem procurado enviar muitas mensagens para o companheiro “por meio de orações.”

A ex-primeira dama de Pernambuco participou pessoalmente da organização do funeral de Campos. Sem sair de casa, orientou os políticos que foram até São Paulo cuidar do reconhecimento dos corpos. Disse que não gostaria que os restos mortais do marido fossem liberados antes dos das outras vítimas, mas, sim, conjuntamente.

Renata também deu instruções detalhadas sobre como gostaria que fosse realizado o velório e o percurso a ser feito pelo transporte do caixão em carro aberto – previsto para ser conduzido a partir das 21h deste sábado por 13 bairros do Recife para que as comunidades moradoras de áreas mais humildes possam ver de perto. A ideia partiu dela, depois de pedido feito por entrevistados durante reportagem na TV local.

Nos bastidores da entrevista do Jornal Nacional, o ex-governador tinha dito que o único dia em que iria parar a agenda da campanha seria a próxima segunda-feira, quando fazia questão de estar junto da mulher e dos filhos. Nesta data, Renata faz anos. Agora será, também, o primeira dia, após o sepultamento do marido, da primeira aparição pública em evento político de que participará como protagonista.

Discreta, adepta de roupas simples, pouco chamativas, e mãe de cinco filhos, Renata é tida como o grande esteio de Eduardo Campos. Fez faculdade de economia, passou em ótima colocação no concurso para auditora do Tribunal de Contas do Estado (TCE), engravidou aos 46 anos do quinto filho e não se fez de rogada em, pouco tempo após o parto, acompanhar o marido na maioria das viagens, carregando o pequeno Miguel para todos os lugares (o nome do caçula é uma homenagem a Miguel Arraes).

Alguns meses atrás, durante reportagem para a revista Piaui, a ex-primeira-dama deu uma declaração que mostra bem sua personalidade. Quando perguntada se acreditava que despertaria muita curiosidade ao longo da eleição, comentou: “Eu não sei, mas pode ser curioso saber quem é a mulher que teve cinco partos normais, cinco filhos do mesmo marido, não pinta o cabelo e tem uma profissão.”

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