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Protesto do MPL termina, claro, com bombas de gás perto da Avenida Paulista

O Estado de S.Paulo informa que o primeiro ato do Movimento Passe Livre (MPL) neste ano contra o aumento da tarifa dos transportes públicos, de R$ 4 para R$ 4,30, terminou em tumulto no centro de São Paulo na noite desta quinta-feira, 10. O protesto havia sido pacífico na maior parte do percurso, com atuação de um grupo de mediadores da Polícia Militar, mas houve vandalismo e uso de bombas de gás pela PM  no fim da manifestação. Até 21h30, não havia registro de feridos.

De acordo com a publicação, o protesto, que chegou a reunir 1,5 mil manifestantes, começou por volta das 17 horas na Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Theatro Municipal, e terminou na Rua da Consolação, esquina com a Rua Fernando de Albuquerque. A Polícia Militar de São Paulo estreou nesta quinta um grupo de mediação para evitar danos ao patrimônio e pessoas feridas no protesto. De coletes azuis, com a inscrição “mediador”, três agentes da PM buscavam informações e faziam pedidos a representantes dos manifestantes. O MPL queria seguir até a Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, mas a PM afirmou que o trânsito não havia sido organizado para o protesto. A polícia chegou a pedir que os manifestantes retirassem as hastes das bandeiras, mas depois cedeu ao apelo do grupo. A PM também pediu que os participantes não tivessem o rosto coberto, mas mascarados eram vistos em meio à marcha durante a noite.

Durante o trajeto pela Rua da Consolação, a mediação da PM tentava evitar que o ato chegasse à Avenida Paulista. O debate com representantes do MPL abordou a Constituição, passou por lembranças de atos anteriores do MPL e incluiu trocas de acusações dos dois lados. O tenente Crúvel Clemente, do 7° Batalhão da PM, um dos negociadores, e uma representante do MPL falaram a noite toda. Enquanto isso, atrás deles, a marcha seguia sem certeza de onde chegaria. Por volta das 21h15, o protesto terminou na esquina da Rua da Consolação com a Fernando de Albuquerque. O MPL encerrou a marcha marcando novo protesto para a semana que vem, na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista. Ao fim do ato, porém, houve tumulto. Na Rua Bela Cintra, uma agência da Caixa Econômica Federal foi depredada e lixeiras foram reviradas. Bombas de gás lacrimogêneo estouraram na Avenida Paulista, completa o Estadão.