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“O PSDB foi devastado pelo bolsonarismo”, diz cientista político

Bolsonaro e Doria
Jair Bolsonaro e João Doria em 2018, quando eram um só. (Crédito: Marcos Correa/PR/Agência Brasil)

O PSDB nasceu com cara de centro-esquerda, e em pouco tempo o partido se tornou uma das âncoras da política partidária no Brasil, tendo elegido FHC presidente. Os últimos anos, no entanto, foram de total desencaixe da legenda, que se misturou em 2018 ao bolsonarismo.

As prévias do partido, que teve o governador de São Paulo, João Doria como vencedor, revelou ainda mais as rachas na legenda, que se depara com enormes desafios. O drama do PSDB reflete a conjuntura político-partidária do Brasil, analisa o cientista político Jairo Nicolau, professor da Fundação Getúlio Vargas. Com informações da DW.

“O PSDB vive uma crise de identidade muito grande, não consegue se encontrar neste cenário nacional. Aconteceu a mesma coisa com o [antigo] PFL, com o MDB também. Esses três partidos, que eram âncoras da política brasileira durante muito tempo, foram devastados pelo bolsonarismo. Uma parte deles aderiu ao bolsonarismo, outra parte rompeu com Bolsonaro, mas eles não têm mais lugar. Essas forças de centro, centro-direita, centro-esquerda, de 2018 para cá foram perdendo muito espaço na política brasileira com a ascensão do bolsonarismo”, diagnostica o professor.

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Moro (Podemos) tomou espaço de Doria (PSDB)

Doria não é um nome consensual no partido, mas não pode ser subestimado, diz Nicolau. “Ele foi se impondo a lideranças tradicionais e hoje controla o partido. Ele mostrou muita força. É uma pessoa muito determinada.”

Para o cientista político, o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro se colocou no palco de 2022 há poucos dias e é em função dele que os outros partidos começaram a se movimentar. Sem uma liderança óbvia e carismática, os partidos que tentam ocupar o espaço do centro patinam, tentando emplacar um nome sem sucesso, enquanto Moro reaparece “e toma todo o espaço”, analisa.

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