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PT diz que Bolsonaro abandonou 25 milhões de famílias e cobra dados sobre fim do auxílio

Gleisi Hoffmann
Gleisi Hoffmann ao lado de parlamentares do PT.
Foto: Lula Marques

O PT divulgou, em seu site oficial, uma nota informando que a presidente da legenda, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), enviou um requerimento ao governo Bolsonaro. O documento solcita mais informações sobre o fim do Bolsa Família e do auxílio emergencial, que vinham sendo pagos até outubro.

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Segundo a assessoria técnica do partido, dados já disponibilizados pelo governo indicam que, com o fim do Bolsa Família e do auxílio emergencial, quase 25 milhões de famílias que recebiam algum tipo de ajuda até outubro foram completamente abandonadas.

Leia abaixo um trecho da nota:

A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), enviou requerimento ao governo de Jair Bolsonaro no qual solicita mais informações que permitam detalhar o tamanho da exclusão social provocada pelo fim do Bolsa Família e do auxílio emergencial, que vinham sendo pagos até outubro.

No documento, Gleisi pede que Jair Bolsonaro e o ministro da Cidadania, João Inácio Ribeiro Roma Neto, forneçam:

1) Informações da execução do Auxílio Emergencial dos meses de Abril, Julho e Outubro de 2021, contendo: número de beneficiários por UF e por município, valor total aplicado por município, valor médio do auxílio;

2) Informações da execução do Programa Bolsa Família dos meses de Abril, Julho e Outubro de 2021, contendo: número de beneficiários por UF e por município, valor total aplicado por município, valor médio do benefício;

3) Informações da execução do Programa Auxílio Brasil dos meses de novembro e dezembro de 2021, contendo: número de beneficiários por UF e por município, valor total aplicado por município, valor médio do auxílio.

Gleisi explica que a disponibilização desses dados é fundamental para a devida transparência e acompanhamento da execução dos programas de transferência de renda e em especial do alcance e efetividade do Auxílio Brasil. “As cenas de milhares de pessoas na fila buscando fazer ou atualizar o cadastro único na esperança de ter acesso ao Auxílio Brasil ganharam destaque na imprensa nacional nos últimos dias, e isso ocorre devido à situação de penúria e incerteza em relação ao futuro em que se encontram milhões de brasileiros e brasileiras neste momento”, argumenta no documento.

Beneficiários estão preocupados com o fim do Bolsa Família

Com o fim do Bolsa Família, famílias de  todas as partes do Brasil estão cheias de incertezas e com medo. Os recursos do Auxílio Brasil ainda não são garantidos e muitas pessoas podem ficar desassistidas nos próximos dias. Nos últimos dias, milhares de pessoas foram atualizar seus dados no Cadastro Único.

“A gente tem medo, né? Hoje recebo R$ 130 por mês para poder comprar uma coisa aqui, outra ali. A gente não vive, a gente sobrevive. E agora acabou o Bolsa Família e ninguém sabe dizer se esse novo negócio [Auxílio Brasil] vai dar certo”, relata a baiana Denise Castro, de 57 anos.

Joselina Silva, de 48 anos, tem total preocupação com o fim do Auxílio Brasil. “Prometem R$ 400 pro ano que vem. E depois? O Bolsa Família era algo de muito tempo. Todo mundo é tratado como qualquer coisa há muito tempo. Uma pena”, lamenta.

A Folha de S. Paulo também fez uma reportagem sobre o pavor que famílias estão tendo com o fim do Bolsa Família. “Eu só sei que vai pagar R$ 400 para quem está incluso no Bolsa Família, mas ainda tem que ver se o governo [federal] vai ter esse dinheiro mesmo”, falou Roselane Silva, 29, para o jornal.

Bolsa Família, um programa de sucesso

O Bolsa Família nasceu em 2004, no governo Lula. O objetivo sempre foi fazer transferência de renda aos mais pobres. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem recomendado o programa para outros países do mundo. O projeto foi responsável pela diminuição da miséria no Brasil, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas.

Porém, visando 2022, Bolsonaro acabou com o programa e criou o Auxílio Brasil. O problema é que ainda não sabe de onde virá o recurso para o projeto. E pior que isso: ele vai apenas até o ano que vem. De 2023 para frente, ninguém sabe ainda o que acontecerá.

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