Publicidade na Internet já vai superar a da TV em 2017 nos EUA
Do Valor:
Os gastos com publicidade no meio digital podem superar os anúncios em TV nos Estados Unidos pela primeira vez na história em 2017, segundo a empresa americana de pesquisa eMarketer. A estimativa é que os anúncios na TV cheguem a US$ 72 bilhões, ou 35,8% do mercado, enquanto as verbas para anúncios on-line atingirão a marca de US$ 77,37 bilhões, ou 38,4% do total.
Segundo a eMarketer, a publicidade em TV deve crescer 2,5% em 2016, abaixo da previsão anterior, de 4,5%. “Ainda esperamos crescimento puxado pela propaganda política e pela Olimpíada de verão”, disse o analista Martín Utreras, da eMarketer, em relatório. “No entanto, vemos os dólares em anúncios fluindo para o digital como forma de otimizar os gastos em um ano que pode ser desafiador.”
A projeção de investimentos em anúncios digitais nos EUA em 2016 é de US$ 68,82 bilhões, uma alta equivalente a 15,4%, impulsionada pelo aumento de uso de smartphones e tablets.
No Brasil, o Internet Advertising Bureau (IAB) estima que os gastos em publicidade digital tenham um avanço nominal (sem descontar a inflação) de 12%, para R$ 10,4 bilhões, neste ano. O percentual é o mesmo que o registrado pelo setor em 2015.
Ano passado, o mercado brasileiro movimentou R$ 9,3 bilhões, um pouco abaixo da projeção inicial do IAB, de R$ 9,5 bilhões. Na avaliação de André Izay, presidente do Yahoo e do IAB, o resultado foi positivo, uma vez que ficou acima do desempenho do mercado publicitário como um todo.
A comparação entre os dois mundos da publicidade no Brasil é difícil de ser feita por não existirem números amplamente aceitos pelo mercado. Até meados do ano passado, a pesquisa de referência era feita pelo Projeto Intermeios, do grupo Meio & Mensagem. Mas a iniciativa foi interrompida depois que algumas entidades deixaram de apoiá-lo. A justificativa foi a falta dos números do Google e do Facebook, o que distorcia os números da publicidade digital.
Atualmente, a Kantar Ibope Media é a principal referência. De acordo com a empresa, o mercado publicitário brasileiro movimentou R$ 132 bilhões em 2015, um crescimento nominal de 9%. Excluindo a inflação do período, houve um recuo de 0,9%. A crítica que se faz é que o número leva em consideração o preço cheio, praticado pelas empresas de mídia, sem considerar os descontos oferecidos nas compras – uma prática comum no mercado.