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Quais são as chances de uma 3ª Guerra Mundial? Especialistas respondem

Do Correio Braziliense:

Todos os professores consultados fizeram a ressalva de que, na política internacional, é difícil fazer qualquer afirmação com certeza. Mesmo assim, foram unânimes ao dizer que o risco de uma Terceira Guerra Mundial, ao menos neste momento, é muito pequeno.

“Uma guerra mundial é uma guerra que envolve potências com capacidade de projetar poder militar no mundo, como os Estados Unidos, a Rússia, a China e, talvez, a União Europeia, caso decida se unir. Porém, nenhuma dessas tem interesse em entrar em confronto direto com outra. A maioria delas tem armamento nuclear e é inconcebível que uma inicie um conflito com a outra, sob risco de ser atacada”, explica Geraldo Zahran, professor de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e especialista em estudos sobre os Estados Unidos.

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Para Creomar de Souza, docente do curso de relações internacionais da Universidade Católica de Brasília (UCB), o que os Estados Unidos estão tentando fazer é reposicionar sua política externa.

“É um processo de reacomodação que se assemelha a alguns momentos da Guerra Fria, onde havia a construção de elementos retóricos, o que não gerava, em termos claros, a possibilidade de uma guerra”, completa.

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A improbabilidade de uma nova guerra mundial não significa, contudo, que as ações dos Estados Unidos em relação à Rússia e à Coreia do Norte não terão consequência. Na avaliação dos especialistas, deve haver uma intensificação de ataques a países de menor potencial bélico.

“Haverá um acirramento de tensões, principalmente dentro da Síria, no combate ao Estado Islâmico e no apoio a Bashar al-Assad (presidente da Síria). Rússia e EUA podem aumentar a presença na região, e a estratégia utilizada deve continuar sendo os ataques”, afirma Zahran.

“O padrão mais provável é que os grandes Estados continuem atuando em seus vizinhos mais fracos. A Rússia na Ucrânia, os EUA e a Rússia na Síria, e a China na Coreia do Norte, por exemplo”, acrescenta. “No fim, quem sai mais prejudicado são as populações dos países periféricos”, lamenta Cortinhas.