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“Que fique cego”: Cirurgia no olho de garoto barrado em bloqueio bolsonarista durou quatro horas

A família do menino Gabriel, que foi impedido de seguir para cirurgia em bloqueio bolsonarista
Foto: Reprodução/Redes Sociais

O menino de nove anos que foi bloqueado por bolsonaristas golpistas, na BR-163, em Sorriso (MT), em Cuiabá, conseguiu fazer sua cirurgia na tarde desta quarta-feira (23) após desviar por uma propriedade rural para seguir viagem.

De acordo com a família, o procedimento para retirar uma hérnia e a drenagem de um coágulo de um dos olhos começou por volta das 14h e durou, aproximadamente, quatro horas.

O menino, que foi identificado apenas como Gabriel, estava em um ônibus com outros 24 pacientes da Secretaria de Saúde quando foi impedido de seguir viagem em uma rodovia bloqueada por bolsonaristas.

O caso aconteceu na noite desta segunda-feira (21). Em vídeo que circulava nas redes mostrava o momento em que Eder Rodrigues, o pai do menino, estava revoltado ao tentar passar por um ponto bloqueado por golpistas.

“Vai a pé. De carro, não passa”, disse um dos golpistas para o pai. “Eu não tenho problema com o olho do seu filho. Pega um avião e vai. Não vai passar. Que fique cego”, disse outro apoiador de Bolsonaro.

Gabriel teve o olho esquerdo perfurado por um lápis na escola e já havia feito outros procedimentos para reconstrução do globo ocular. A viagem estava sendo feita somente para realizar a nova cirurgia.

O pai relatou para o G1 que já havia enfrentado outros bloqueios no trajeto e teve que passar por cerca de quatro quilômetros dentro de uma fazenda até conseguirem voltar à rodovia. A cirurgia de Gabriel teve que ser remarcada após o incidente, porém, já foi concluída e o menino se recupera em casa.

Eder é bolsonarista e chegou a apoiar os movimentos antidemocráticos contra a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nas redes sociais, ele acumula publicações a favor de Jair Bolsonaro (PL) e atacando Lula, o PT e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em uma das postagens, ele associa os apoiadores do petista ao crime e os de Bolsonaro à “família tradicional brasileira”.

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