“Que juiz desgraçado!”: como foi a tensão de apostadores pelo cartão de Bruno Henrique

Apostar em futebol é emoção, dizem por aí. Mas para um grupo de apostadores investigados pela Polícia Federal, a emoção virou aflição — e agora, inquérito.
Segundo a PF, Bruno Henrique, atacante do Flamengo, foi o centro de uma aposta suspeita durante a partida contra o Santos, pelo Brasileirão de 2023. O objetivo era simples (pelo menos no papel): ele precisava tomar um cartão amarelo. Mas o juiz, aparentemente no modo “zen”, demorou para punir o jogador, deixando apostadores com os nervos em frangalhos.
A investigação aponta que o próprio Bruno Henrique tentou facilitar o serviço do árbitro. Foram quatro tentativas de provocar a advertência, todas em vão.
O cartão só saiu no finzinho do segundo tempo, após uma falta no baixinho endiabrado Soteldo. De brinde, Bruno ainda conseguiu uma expulsão por xingar o juiz de “merda”, segundo a súmula.
Enquanto isso, nas arquibancadas do zap, o clima era de pura tensão.
“Viado do céu, que juiz desgraçado”, desabafou Claudinei, um dos apostadores. Wander, irmão do craque do Flamengo, respondeu à altura: “Já era pra ter dado e tá nessa porra aí”.
Conversas como essa, segundo a PF, indicam que os dois sabiam da promessa de cartão.
Em outro trecho digno de série da Netflix, após o jogo, Claudinei e Andryl — outro apostador — lamentaram a escolha do árbitro. “Com esse aí nunca mais, mano! Se fosse o Zanovelli, a gente lucrava cedo”, disse Andryl, exaltando o juiz conhecido pelo dedo nervoso com cartões.
No fim da partida, quando enfim o cartão saiu, foi quase um parto.
“No último minuto, viado”, celebrou Andryl. Claudinei respondeu com sinceridade rara: “Você é louco? Falei com a Rafaela que eu não faço isso mais não, Del. Muita adrenalina, mano”. E ainda teve o desfecho: “Tensão demais, mano”.
Resumo da ópera? Onze pessoas foram indiciadas por fraude esportiva, segundo o Metrópoles, incluindo Bruno Henrique. E o cartão mais esperado do campeonato quase causou infarto em apostador.