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Queermuseu, exposição que foi alvo de protestos de fundamentalistas, reabre no Rio

Obra da cearense Bia Leite presente na exposição (Foto: Reprodução/Facebook)

Do UOL

Quando as portas das Cavalariças da Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage, no Rio de Janeiro, se abrirem no próximo sábado, o público carioca poderá visitar a exposição mais debatida e menos vista dos últimos tempos.

Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira foi cercada de polêmica após seu fechamento às pressas, em setembro do ano passado, pelo Santander Cultural, em Porto Alegre, respondendo a fortes críticas de grupos que viram nas obras apologia a pedofilia, zoofilia e blasfêmia.

Um mês depois, a Queermuseu foi vetada pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella, que gravou um vídeo afirmando que os planos de levar a exposição “de pedofilia e zoofilia” para o Museu de Arte do Rio (MAR) não iriam adiante. “Só se for no fundo do mar”, afirmou à época.

A remontagem da exposição na EAV foi possibilitada pela maior campanha de financiamento coletivo do país, que captou mais de R$ 1 milhão de quase 1,7 mil pessoas e contou com a venda de obras de arte doadas por 70 artistas e show de Caetano Veloso para levantar recursos.

Foram “11 meses de tormenta”, diz o curador Gaudêncio Fidelis à BBC News Brasil, até que a exposição pudesse ser de fato exposta ao público.

“Isso que a gente chama de polêmica é o resultado de uma investida muito específica que começou com o MBL (Movimento Brasil Livre) e criou uma narrativa falsa para a exposição”, diz o curador gaúcho.

Agora, afirma, caberá à sociedade julgar o mérito artístico da Queermuseu. “Com a exposição aberta, essa discussão poderá ser reinstituída”, afirma.

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