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Queiroga diz que vacinação de crianças não é “assunto consensual” no governo

Marcelo Queiroga de máscara
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fala à imprensa no ministério da Saúde, sobre a vacinação contra a Covid-19.
Wilson Dias/Agência Brasil

Nesta sexta-feira (17), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a vacinação de crianças contra a Covid-19 não é um “assunto consensual”. Ontem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a imunização para crianças de 5 a 11 anos.

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Mesmo com a aprovação da Anvisa, cabe ao Ministério da Saúde decidir se inclui ou não a medida no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Em conversa com jornalistas após a decisão da agência, Queiroga mostrou desconforto com o tema. Ele disse que isso ainda será “amplamente discutido” na pasta , mas adiantou que a medida não será adotada em 2021.

Hoje, o ministro reforçou sua opinião e disse que não há um consenso sobre o assunto .

“Queremos discutir esse assunto de uma maneira aprofundada, porque não é um assunto consensual. Há aqueles que defendem, há os que defendem de maneira entusiasta, há os que são contra”, afirmou.

Sabujo do presidente Jair Bolsonaro (PL), Queiroga recebeu dele a ordem de “não vacinar as crianças”.

A ordem de Bolsonaro para o Ministério da Saúde

Bolsonaro está inconformado e enfurecido com a aprovação da vacina para crianças de 5 a 11 anos. Ele não fala de outro assunto com aliados. Além de prometer expor quem autorizou o uso do imunizante para o público infantil, o presidente quer que Queiroga siga as ordens dele.

Conforme apurou o DCM, uma das solicitações do governante é que não ocorra a vacinação. “Ele chamou o ministro [da Saúde] e falou para não vacinar as crianças. O Queiroga falou que pode até obedecer, mas o caso vai parar na Justiça. O presidente disse que não tem problema”, explicou um interlocutor.

O ministro da Saúde irá dizer que faltam doses para poder imunizar o grupo infantil. É uma forma de evitar uma guerra de maiores proporções com o Supremo. Mas ele e sua equipe têm consciência que a ação acabará caindo na mão da Justiça. E o Governo Federal sofrerá mais uma derrota.

Só que Bolsonaro não parece preocupado com isso. Ele quer demonstrar que é um homem de “atitude”. E quer mandar um recado aos seus eleitores ideológicos: não aceitará decisões que vão na contramão do que ele acredita.

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