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Queiroz e mulher fraudaram documentos para receber mais de R$ 376 mil de auxílio na Alerj

Da Época:

Desde o final de 2018, quando a Operação Furna da Onça se dispôs a desfiar o novelo de corrupção nos gabinetes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), nunca se soube com segurança o paradeiro de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro e um dos alvos da investigação. Hoje, com a prisão de Queiroz em Atibaia, sabe-se que os investigadores tentavam monitorar, também sem muito sucesso, sua mulher, Márcia Aguiar.

Mesmo antes do caso da “rachadinha”, o casal já ocultava seu endereço em comum e a condição de união estável para obter benefícios junto à Alerj. Dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação e do Portal da Transparência mostram que o casal chegou a receber R$ 376.300 entre 2007 e 2018 graças a essa omissão. Sem a fraude de documentação, eles teriam direito a cerca de metade disso.

Nos dez anos em que ganhou salário de consultora parlamentar do gabinete de Flávio (de 2007 a 2017), enquanto desempenhava a profissão de cabeleireira, Márcia pediu o auxílio-educação da Alerj para custear os estudos de seus filhos. Naquele período, só era permitida a concessão do benefício a três filhos por casal.

Como ambos tinham, juntos, seis filhos, ocultaram a união estável e registraram endereços diferentes para receber o dinheiro para os seis. Em 2011, quando a Alerj verificou que Nathália, uma das filhas de Queiroz, recebia o benefício como sua dependente mesmo sendo servidora de Flávio, foi determinado que ele devolvesse o que havia recebido ao longo dos anos — cerca de R$ 17 mil.

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