Queiroz gerencia contas bancárias de militar do alto escalão do governo Bolsonaro

Uma reportagem do Intercept Brasil, publicada nesta segunda-feira (25), revela que Washington Luiz Lima Teixeira, coronel da reserva do Exército e assessor da presidência da Casa da Moeda do Brasil, empresta sua conta bancária ao ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, envolvido até o pescoço no esquema das “rachadinhas” do parlamentar.
A matéria destaca que Teixeira deu “amplos poderes” para administrar suas contas bancárias pessoais na Caixa. Segundo os repórteres Amaury Ribeiro Jr. e Guilherme Mazieiro, esse é “o primeiro elo claro entre um militar com cargo no alto escalão do governo Bolsonaro com Queiroz”.
A decisão do coronel aparece em um documento de 2009, registrado no 8º Ofício de Notas, Centro do Rio, e torna oficial que ele e sua mulher, Ana Maria de Medeiros Teixeira, nomearam Queiroz como procurador dos dois “junto e perante a Caixa, em quaisquer de suas agências e departamentos”. A procuração segue válida até hoje, já que não há registros de seu cancelamento.
Segundo o acordo, o amigos dos Bolsonaros tem permissão para “acompanhar e dar andamento a processo habitacional, podendo abrir, movimentar e liquidar contas, tomar ciência dos despachos, cumprir exigências, juntar e retirar documentos, requerer, recorrer, concordar e ajustar condições do mútuo, pagar taxas de serviços, assinar os contratos necessários, ajustar preços, prometer comprar, comprar”.
Coronel vendeu imóvel a Queiroz
Como garantia para empréstimos, o militar vendeu ao então assessor de Flávio um imóvel que pertencia a ele e fica localizado na rua Baronesa, localizado em Jacarepaguá, zona oeste do Rio. A região é controlada pela milícia.
Queiroz comprou o apartamento em uma transação que se prolongou por 19 anos, segundo os documentos registrados em cartório, e se encerrou somente quando surgiram as primeiras reportagens sobre o escândalo das rachadinhas, em dezembro de 2018.
A ex-esposa de Fabrício Queiroz, Débora Melo Fernandes, vive até hoje no imóvel. No entanto, o nome de Teixeira ainda aprece no registro geral como proprietário do apartamento.
Na gravação abaixo, ele explica sua relação com o coronel. Confira: