“Agora dá para ver no canto da tela os vândalos correndo e se afastando do prédio”, diz, ofegante, a apresentadora de um canal de notícias. As imagens mostram uma multidão – e ela inclui trabalhadores, policiais, mascarados, grávidas, crianças e idosos.
Afinal, quem ali é vândalo?
A polêmica sobre o termo voltou durante a reintegração de posse, nesta terça-feira, de um prédio abandonado há 10 anos e ocupado há seis meses por movimentos de moradia no centro de São Paulo.
A palavra “vandalismo”, alvo de controvérsia nas redes sociais, ganhou popularidade no ano passado para qualificar manifestantes, ativistas e adeptos da tática black bloc (que prega a depredação de bens públicos como protesto).
Na internet, entretanto, é usada também em comentários sobre uso de balas de borracha, spray de pimenta e bombas de gás lacrimogênio pelas forças policiais em ações como esta.
O cenário da reintegração de posse é o antigo Hotel Aquarius, na famosa esquina das avenidas Ipiranga e São João. O conflito entre a Tropa de Choque e integrantes da FLM (Frente de Luta por Moradia) começou por volta das 6h.
Foi quando as diferentes concepções de vandalismo começaram a aflorar: enquanto idosos e crianças eram atingidos dentro do prédio por bombas de gás da polícia, ocupantes atiraram cocos verdes, panelas e colchões contra os oficiais.
Os dois lados foram acusados de vandalismo nas redes.
Segundo a FLM, a resistência à desocupação aconteceu porque a PM teria descumprido o combinado de levar 40 caminhões e mais de cem homens para auxiliar a saída dos moradores.
“Vieram só 13 caminhões e 30 pessoas. Não dava para levar tudo e as pessoas ficaram com medo do que ia acontecer com suas geladeiras, roupas, pertences”, diz Silmara Congo, coordenadora da FLM, à BBC.
Os bens, segundo a prefeitura, foram levados para um galpão na marginal Tietê.
Porta-vozes da Polícia Militar disseram que pessoas de fora da ocupação teriam se agrupado para atacar e cercar os policiais. Este terceiro grupo, ainda não identificado pela PM, também saqueou lojas e ateou fogo em um ônibus desocupado perto do edifício e da Prefeitura de São Paulo.
À BBC Brasil, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que uma jovem de 19 anos foi presa após ter sido vista segurando uma garrafa de álcool próximo ao ônibus.
Até o momento, informou a secretaria, 70 pessoas foram detidas e encaminhadas ao 3º Distrito Policial da capital.
Nenhum policial foi detido por eventuais excessos.
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