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Racismo: barbeiros das celebridades são chamados de ladrões em cruzeiro da MSC

Barbeiro Dill Black participava de evento em cruzeiro que saiu de Santos (SP) quando um funcionário da MSC teria feito “brincadeira” racista. Foto: Reprodução

O barbeiro Dill Black, de 42 anos, foi alvo de uma “brincadeira” de cunho racista durante o Cruzeiro Barber, a bordo do navio MSC Seaview, que partiu do Porto de Santos no dia 7 de abril. Segundo relato ao Metrópoles, um funcionário da embarcação levantou as mãos e disse “pode levar, leva tudo que vocês quiserem” ao ver Dill e dois amigos, também barbeiros e os únicos negros na fila de atendimento. “Ele disse que estava brincando, mas aquilo me paralisou. Não esperava esse tipo de abordagem”, contou Dill, que tem quase 30 anos de carreira e atende famosos como Belo e Naldo.

Mesmo após o funcionário se desculpar, Dill procurou a recepção do navio e pediu que o ocorrido fosse registrado no diário de bordo, o que não foi feito. Ele então buscou uma delegacia em Búzios, onde foi orientado a registrar o boletim apenas em Santos. De volta ao porto, um agente da Polícia Federal minimizou o caso e afirmou que se tratava apenas de “um estereótipo”, já que não houve ofensa verbal direta relacionada à cor da pele. Incomodado, Dill só conseguiu registrar a ocorrência posteriormente, em São Paulo, com apoio jurídico.

O também barbeiro Ariel Blindado, que estava com Dill no momento da abordagem, gravou parte da interação com o funcionário. O homem, em desespero, pedia perdão e chegou a mostrar uma guia de umbanda como forma de justificar que não estava sendo racista. “Ele tentava dizer que, por também ser da umbanda, não podia estar cometendo racismo. Foi ainda mais ofensivo, porque associou religião à nossa cor de pele”, desabafou Ariel.

A organização do Cruzeiro Barber declarou que apenas alugou cabines da MSC e não compactua com o comportamento do funcionário. O advogado Irapuã Santana, que representa Dill, protocolou duas petições junto à Polícia Federal e aguarda providências legais sobre o caso. Com informações do Metrópoles.

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