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Randolfe: Senador que desistir da CPI será cúmplice de genocídio

Jair Bolsonaro e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Imagem: Mateus Bonomi/Agif – Agência de Fotografia

Da coluna de Leonardo Sakamoto no UOL:

A reação agressiva do presidente Jair Bolsonaro à decisão do ministro Luiz Roberto Barroso, que mandou o Senado instalar a CPI da Pandemia, é um indicativo de que ele sentiu o baque e está com medo do que pode revelar uma investigação sobre o que seu governo fez diante da covid-19. A avaliação foi feita à coluna por Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição na casa. “Barroso simplesmente disse para que a lei fosse cumprida. Mas a reação dele foi desproporcional. Com isso, Bolsonaro acaba nos dando um poder maior do que aquele que temos”, avalia. “Ou seja, sentiu.”

A instalação de uma comissão parlamentar de inquérito com o objetivo de apurar ações e omissões do governo federal durante a pandemia contava com mais assinaturas do que o necessário para a sua instalação. Contudo, ela seguia na geladeira devido ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sob a justificativa de que ela criaria mais problemas em meio à pandemia. A oposição e membros de partidos do centrão acusavam-no de estar a serviço do governo ao segurar a CPI. (…)

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Randolfe acredita que o presidente da República pode tentar forçar a retirada de assinaturas para inviabilizar a instalação da comissão. Ao todo, 32 senadores ratificaram o pedido, cinco a mais que o necessário. Um deles foi o Major Olímpio, terceiro senador morto por covid-19. “A história vai escrever as páginas destes dias tristes, vai falar sobre a responsabilidade de Bolsonaro, vai contar que tentou-se instalar uma comissão para investigá-lo. Quem retirar o seu nome do pedido da CPI vai se inscrever no painel da infâmia da história como cúmplice de genocídio”, afirma Randolfe.

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