Relator contesta presidente do TRF diz que é “quase impossível” fixar prazo para julgar Lula
Do Bem Paraná
ESTELITA HASS CARAZZAI CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Relator dos processos da Lava Jato no TRF (Tribunal Regional Federal) em Porto Alegre, o juiz federal João Pedro Gebran Neto afirmou, nesta sexta (14), que irá conduzir o caso do tríplex do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como “mais um processo”, no mesmo ritmo de outras ações da corte.
“Não estou preocupado com consequências políticas, e sim com consequências jurídicas”, disse, antes de receber uma homenagem da Federação do Comércio do Paraná, em Curitiba. Lula foi sentenciado nesta semana pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Cabe recurso ao TRF em Porto Alegre -e a decisão da corte, caso confirme a condenação, pode tornar o petista inelegível. “Eu estou pensando no meu processo, em que estão sendo imputados fatos a uma pessoa. A questão eleitoral é uma consequência, mas não sou eu que determino”, afirmou.
Para o desembargador, é “quase impossível” estabelecer quanto tempo o processo levará para ser julgado. Sobre as declarações do presidente do TRF, que afirmou que a ação será avaliada antes da eleição, Gebran disse que ele tem liberdade para se manifestar, mas que o caso seguirá da mesma forma que outros, da forma “mais imparcial e isenta possível”.
O desembargador afirmou ainda que “não tem ideologia nem tendência”, e que tentará julgar o caso o mais rápido possível, da mesma forma que com outros processos. “Eu estou muito tranquilo”, declarou, quando questionado se a opinião pública pode influenciar seu julgamento.
Gebran pediu ainda serenidade da população, e que o público “procure ser o mais imparcial possível, examinando fatos e não se comportando como torcedores de partidos políticos”. Natural de Curitiba, o magistrado tem 52 anos, começou a carreira como promotor de Justiça e é juiz do TRF desde novembro de 2013.
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PS: O relator Gebran é amigo de Sérgio Moro, mas, em decisões recentes, tem votado pela reforma de algumas decisões e advertiu o juiz de Curitiba de que não deve usar estratégia jurídica para vincular acordos de delação premiada homologados por ele a outras decisões judiciais.
