Renata Lo Prete criticou “reverência” e “falta de distanciamento” em biografia de Roberto Marinho feita por Bial

De Renata Lo Prete, então editora do Painel da Folha de S.Paulo, em 2004.
Não é fácil escrever sobre um homem para quem se trabalhou desde sempre. Menos ainda quando se continua a trabalhar para seus herdeiros. E em especial se o homem é Roberto Marinho.
Essa dificuldade original não é superada na biografia que Pedro Bial lança em São Paulo nesta quarta-feira. Em “Roberto Marinho”, parte de um projeto da Central Globo de Comunicação para preservação de memória, a relação do autor com seu personagem ultrapassa a fronteira da admiração. É de reverência.
Começa pela opção de referir-se ao jornalista e empresário, morto em agosto de 2003 aos 98 anos, como “Doutor Roberto” ao longo das quase 400 páginas.
Pode-se alegar que assim o chamavam os funcionários das Organizações Globo e todos os que dele se aproximavam. Mas, aliada ao recurso de continuamente convidar o “amigo leitor” a seguir a jornada de “nosso companheiro”, essa forma de tratamento revela disposição para diluir contrastes e iluminar o personagem sempre com a luz mais favorável.
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PS: Hoje Renata é colega de Bial na Globo.