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Repercussão ruim de pedido de filmagem e carta com slogan faz MEC afastar grupo de Olavo de Carvalho

Reportagem de Renata Cafardo e Isabela Palhares no Estado de S.Paulo informa que a repercussão negativa do episódio da carta sobre o Hino Nacional enviada a escolas pelo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, fez com que nomes ligados a Olavo de Carvalho fossem afastados da pasta. O filósofo é considerado um pensador do governo de Jair Bolsonaro. Um deles é Silvio Grimaldo, aluno de Olavo, que trabalha diretamente com o ministro, no gabinete, e que teria influenciado Vélez em decisões com o viés ideológico. Eduardo Melo, que era sub secretário executivo, deve ir para a Fundação Roquette Pinto. Murilo Resende, também aluno de Olavo, que chegou a ser indicado para coordenador da diretoria que cuida do Enem e depois ficou com um cargo de assessor, também estaria saindo. Procurado, disse que não foi comunicado dessa decisão.

De acordo com a publicação, algumas exonerações já foram publicadas no Diário Oficial, como a de Rodrigo Almeida Morais, que é secretário-geral do PSL em São Paulo e ligado a Eduardo Bolsonaro. Ele participou do grupo de transição para a área da educação e estava em um cargo de assessor do MEC. O chefe de gabinete adjunto, coronel Ayrton Pereira Rippel, também já foi exonerado, mas internamente é dito que ele será realocado no ministério mesmo. O objetivo, segundo fontes, é “reorganizar a casa” e colocar o foco no que importa na educação. A decisão teria sido do próprio Vélez, durante o carnaval, depois de ser aconselhado a mudar o posicionamento para ser “um ministro de fato”.

A ideia de divulgar a carta que pedia que o slogan de campanha de Bolsonaro fosse lido nas escolas e que as crianças fossem filmadas não foi compartilhada nem com gestores de mais alto cargo no MEC. A notícia foi dada com exclusividade pelo Estado. O alto escalão do ministério soube pela imprensa da carta de Vélez, completa o jornal.

Ricardo Vélez Rodríguez. Foto: Reprodução/TVMEC