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Ricardo Kotscho: “Não é vandalismo, os negros perderam a paciência”

Da Coluna Balaio do Kotscho no UOL:

Manifestantes atearam foto em unidade do Carrefour na Pamplona (SP)

A quem interessa, a essa altura, atribuir a violência a movimentos populares que lutam por seus direitos?

Para responder a essa dúvida, melhor é ouvir o professor Douglas Belchior, militante da Uniafro Brasil, que estava no protesto de sexta-feira:

“Nesse caso específico, eventualmente pode acontecer de haver infiltrações em quaisquer ações de qualquer movimento, mas isso é muito mais difícil de acontecer com ações movimento negro. Primeiro, porque dificilmente são massivas. Segundo, por não ser massiva, as pessoas mais ou menos se conhecem, Eu estava ontem, eu ajudei a organizar o ato, eu estava na linha de frente, eu entrei no supermercado para tirar as pessoas, e não teve nenhum infiltrado, aquilo foi a reação do movimento negro à violência que os negros têm sofrido dessa rede de supermercados há anos”.

(…) A vida real não costuma ser a mesma que a gente vê ou imagina pela televisão.

Eu comecei pensando uma coisa, e descobri que é outra. Os negros perderam a paciência com o racismo atávico da sociedade brasileira. Isso não tem volta.

(…)