Richarlyson, ex-jogador da seleção brasileira, assume bissexualidade

Foto: Sebastião Moreira
Em entrevista para o podcast “Nos Armários dos Vestiários”, o ex-jogador do São Paulo, Atlético Mineiro e seleção brasileira e atual comentarista da Globo, Richarlyson, contou abertamente pela primeira vez sobre ser bissexual. Por ser um ambiente machista, a sexualidade do esportista já havia sido debatida no futebol.
Ele afirmou que sempre se relacionou com homem e com mulher, e disse que o mundo ainda não está preparado para lidar com naturalidade das diferentes sexualidades, além da heterosexualidade.
“A vida inteira me perguntaram se sou gay. Eu já me relacionei com homem e já me relacionei com mulher também. Só que aí eu falo hoje aqui e daqui a pouco estará estampada a notícia: ‘Richarlyson é bissexual’. E o meme já vem pronto. Dirão: ‘Nossa, mas jura? Eu nem imaginava'”, disse ele.
“Cara, eu sou normal, eu tenho vontades e desejos. Já namorei homem, já namorei mulher, mas e aí? Vai fazer o quê? Nada”, declarou o comentarista”, continuou.
Além disso, ele falou sobre a repercussão da questão e afirmou que a homofobia é algo que não vai mudar.
“Vai pintar uma manchete que o Richarlyson falou em um podcast que é bissexual. Legal. E aí vai chover de reportagens, e o mais importante, que é pauta, não vai mudar, que é a questão da homofobia. Infelizmente, o mundo não está preparado para ter essa discussão e lidar com naturalidade com isso”, acrescentou.
Ele contou também, que em 2007, outro fato relacionado a sexualidade dele deixou ele muito triste. na ocasião José Cyrillo Júnior, um dirigente do Palmeiras na época, insinuou em rede nacional que ele era gay. O jogador registrou uma queixa-crime contra ele, no entanto o processo foi arquivado.
“Isso, sim, me deixou muito triste porque em nenhum momento eu senti que aquilo era uma coisa normal. Era uma coisa muito pejorativa. Isso foi muito ruim não só para mim. Ser homossexual não é demérito para ninguém, e no futebol não deveria ser um assunto tão polêmico. Nunca deixei que isso atrapalhasse o que eu quero para minha vida, não vai ser uma frase, uma palavra, uma discussão ou um cara babaca que tentou de forma vulgar maltratar uma classe? Pelo amor de Deus, quanto sofrimento tem na classe LGBTQIA+?”, concluiu o campeão brasileiro.