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“Risco de caos social não é ameaça, é alerta” dizem líderes das favelas

Heliópolis. Foto:
Divulgação/PMSP

Da Folha de S. Paulo:

A devastação da segunda onda da pandemia levou as duas maiores organizações não governamentais focadas em ações sociais nas favelas a juntar esforços. Se a sensação de horror é geral, a desventura tem no pobre o seu alvo preferencial.

Ele está na rua, trabalhando no sacrifício, no risco de ser infectado, porque não pode abrir mão de tentar garantir seu sustento e o de sua família. E se está em casa, na comunidade, não tem as condições necessárias para observar as regras básicas de proteção contra o coronavírus. Lavar as mãos com sabonete e manter distanciamento social não é só para quem quer —é para quem pode.

Muitos não podem. Nós —os 11,4 milhões de pretos, pobres e pardos espalhados nas 7.000 favelas do Brasil— somos maiores que uma Suíça, com seus 8,5 milhões de habitantes. É uma comparação que seria absurda não fosse o fato de que o contraste abissal entre as nossas quebradas e as estações de esqui poderia sensibilizar a sociedade para a triste desigualdade da qual somos todos vítimas. Todos, sim, porque ninguém estará seguro se vierem, quando vierem, o caos social e suas consequências nefastas. Não é ameaça —é alerta.  (…)

X.X.X.

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