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Risco de novos motins preocupa governos estaduais, que criticam demagogia de Zema

Romeu Zema teve o passaporte cancelado, em 2018. Foto: Reprodução Facebook

De Ricardo Galhardo e Pedro Venceslau no Estado de S.Paulo.

A greve dos policiais militares do Ceará, que culminou com o senador Cid Gomes (PDT-CE) baleado, o apoio ao setor por políticos locais ligados ao bolsonarismo e o aumento de 41,7% dado à PM pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), viraram motivos de preocupação para os demais governadores do país. 

No grupo de WhatsApp que reúne os 27 mandatários estaduais e em conversas bilaterais, eles têm manifestado temor de que casos como o do Ceará se espalhem pelo resto do país, causando uma onda de insegurança na população e ameaçando o equilíbrio fiscal das unidades federativas. 

Segundo relatos, em alguns Estados as entidades que representam os policiais militares têm usado o fato de Minas ter dado aumento além da inflação como argumento para endurecer as negociações. Um secretário estadual revelou ao Estado, sob a condição de que seu nome não fosse revelado, que em uma reunião para negociar aumento de salários o representante dos policiais disse: “Se o Estado de Minas está quebrado e deu 42%, por que aqui vocês dizem que não podem dar?” 

Governadores têm usado expressões como “populismo”, “falta de pulso” e “inexperiência política” para se referir a Zema. Alguns deles disseram no grupo de WhatsApp que simplesmente não têm caixa para bancar aumentos acima da inflação na folha de pagamento. O temor é maior entre os governadores que têm os maiores contingentes de policiais. 

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