Rita Lee fala de Bolsonaro: “É assustador ver gente no comando com mente tão ultrapassada”

Guilherme Samora entrevistou a cantora Rita Lee no jornal O Globo. Rita falou dos retrocessos, do atual Brasil real e do terrível governo Jair Bolsonaro.
LEIA MAIS:
1 – Cascavel, ex-homem forte de Pazuello, vira réu por suspeita de estuprar neta
Rita Lee fala de Jair

Homenagem em vida
“Sonho antigo, a exposição (do Museu da Imagem e do Som de SP) finalmente aconteceu! Guardo roupas, figurinos, instrumentos, todo tipo de tralha desde sempre. E agora, tudo faz sentido, não é? É uma viagem colorida e pop. Meu baú, todo aberto, no MIS. Disneylândia glitter. Todas as peças contam uma história. Mas ao vestido de noiva que Leila Diniz usou e depois me emprestou (em 1968) e à bota prateada da Biba (famosa butique londrina dos anos 1970) dou bastante valor. Também achamos que ficaria simpático ter minha voz narrando as histórias das peças (a exposição terá QR codes e o visitante poderá ouvir Rita contando sobre seu acervo).”
Varinha de condão
“Se pudesse fazer um ‘plim’, com uma varinha de condão, seria para ajudar o Brasil, ajudar os nossos bichos, ajudar a natureza… mandaria muita gente poderosa para a Idade Média. É assustador ver gente no comando com mente tão ultrapassada. Era para a gente estar nos Jetsons e estamos voltando para os Flintstones. O Brasil parece ter um carma estranho… acho que isso começou com o genocídio indígena. Ontem, estava vendo na TV uma velha indígena, do (povo) Krenakore. Ela falava: ‘Nós tínhamos um rio. Eu tinha todo tipo de cura na natureza’. E tiraram o rio dela! É desrespeito atrás de desrespeito com indígenas, com bichos — que são tratados como coisas. Se a gente não parte disso, como é que vamos mudar alguma coisa para melhor?”