Romi-Isetta: o microcarro que marcou a história como o primeiro fabricado em série no Brasil

Entre 1956 e 1961, o Brasil testemunhou o nascimento de sua produção automobilística em série com a chegada do Romi-Isetta, um microcarro que se destacou tanto pelo tamanho diminuto quanto pelo design inovador. Produzido pela Romi S.A. em Santa Bárbara d’Oeste, no interior de São Paulo, o modelo foi pioneiro na montagem nacional de veículos e conquistou cerca de 3.000 compradores em seus poucos anos de mercado.
Com apenas 2,28 metros de comprimento, a Romi-Isetta era extremamente compacta e ideal para o trânsito urbano de uma época em que os automóveis ainda eram raros nas cidades brasileiras. Seu desenho curioso, com uma única porta frontal que se abria junto à coluna de direção, foi herdado do modelo original italiano desenvolvido pela Iso e licenciado posteriormente pela BMW na Alemanha.
Além do apelo visual, o modelo também encantava pela economia e simplicidade mecânica. Seu primeiro motor era dois-tempos, com 236 cm³ e cerca de 9,5 cv de potência. A partir de 1959, a Romi passou a utilizar um motor BMW de quatro tempos com 13 cv, que permitia ao microcarro atingir velocidades próximas a 85 km/h — mais do que suficiente para o uso urbano.
A Romi-Isetta caiu nas graças da elite artística e de personalidades públicas da época, sendo considerada um símbolo de status e inovação. Seu charme e excentricidade a tornaram um objeto de desejo em tempos de escassez de veículos no país, reforçando seu papel histórico como precursora da indústria automobilística nacional antes da chegada das grandes montadoras internacionais.
Hoje, o modelo é celebrado como um ícone do colecionismo e preservado em museus e encontros de carros antigos. Mais do que um simples automóvel, a Romi-Isetta representa o ponto de partida da produção nacional em série e um capítulo importante na memória afetiva dos entusiastas da história automotiva brasileira.