Rotação acelerada da Terra preocupa cientistas e pode afetar tecnologia; entenda

A Terra está girando mais rápido e a rotação acelerada do planeta tem chamado a atenção de cientistas. Em 10 de julho deste ano, o planeta registrou o dia mais curto de 2025 até agora, com 1,36 milissegundos a menos que as 24 horas convencionais. Esse fenômeno, provocado por fatores como a influência da Lua, alterações atmosféricas sazonais e o movimento do núcleo líquido da Terra, pode levar à necessidade inédita de um “segundo negativo” nos relógios atômicos, algo nunca feito até hoje.
Os relógios atômicos, que determinam o Tempo Universal Coordenado (UTC), mantêm a precisão do tempo global. Desde 1972, o mundo já adicionou 27 segundos bissextos para corrigir as diferenças entre o tempo atômico e a rotação terrestre. Contudo, com a Terra acelerando, especialistas estimam em 40% a chance de ser necessário subtrair um segundo do UTC até 2035, o que poderia provocar problemas em sistemas tecnológicos, como telecomunicações, redes elétricas e GPS.
Além dos efeitos naturais, o derretimento do gelo polar, impulsionado pelas mudanças climáticas, também influencia a rotação. O aumento do nível do mar, causado pelo derretimento das camadas de gelo da Antártida e da Groenlândia, atua como um freio na velocidade do planeta. Segundo estudos, se não fosse o aquecimento global, o mundo já estaria próximo de aplicar um segundo negativo para compensar a velocidade crescente da Terra.