Saiba quanto custa a tornozeleira que Bolsonaro tentou romper

A tornozeleira eletrônica que Jair Bolsonaro confessou ter tentado queimar com um ferro de solda é fornecida pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal. O equipamento integra um contrato firmado pela Seape com a empresa UE Brasil Tecnologia Ltda., responsável por disponibilizar quatro mil dispositivos de monitoramento. Bolsonaro violou o equipamento na madrugada de sábado e, após análise da ocorrência, teve a prisão preventiva decretada pelo Supremo Tribunal Federal.
O pregão eletrônico realizado em 2023 fixou o custo mensal de cada tornozeleira em R$ 238,62. Em maio de 2025, o valor foi atualizado para R$ 245,84. O contrato totaliza R$ 32,4 milhões para a manutenção dos quatro mil equipamentos durante um período de trinta meses. A licitação exige que as tornozeleiras tenham estrutura capaz de dificultar remoção ou rompimento, além de emitir alerta imediato em caso de tentativa de violação, como ocorreu no episódio envolvendo o ex-presidente.
Relatório enviado pela Seape ao STF detalha que, às 0h07, o sistema registrou a violação da pulseira e acionou a equipe responsável. A diretora-adjunta do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica, Rita Gaio, foi ao endereço de Bolsonaro para verificar o dano e questionou o ex-presidente, que admitiu ter usado um ferro quente por curiosidade. O equipamento foi substituído na mesma madrugada, conforme previsto no contrato, que determina que a Seape arque com trocas em casos de destruição dolosa ou culposa.
Após a substituição, a ocorrência foi comunicada ao ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão preventiva de Bolsonaro. Ele cumpria medidas cautelares no âmbito das investigações sobre obstrução de Justiça, coação no curso do processo e organização criminosa ligada a sanções impostas pelos Estados Unidos a autoridades brasileiras. A Seape ainda não informou se o valor do equipamento danificado será cobrado do ex-presidente.
