Saiba quem é a indígena que iniciou debate sobre uso de fantasias no Carnaval
Texto de Thaís Lima no G1.
Penas, pinturas corporais e cocares que remetem a povos indígenas devem ser usados como fantasias de carnaval? A ativista Katú Mirim, de 31 anos, afirma que isso é racismo e lançou a campanha #ÍndioNãoÉFantasia para questionar a representação estereotipada de culturas.
“Isso é racismo, não é homenagem”, dispara Katú no vídeo publicado no sábado (3) e que até a tarde desta sexta-feira (9) contava com mais de 258 mil visualizações no Facebook
No vídeo, ao lado da hashtag #ÍndioNãoÉFantasia, a indígena critica a aparição de celebridades ornamentadas com símbolos indígenas em baile de carnaval promovido pela revista de moda Vogue Brasil. Desde então, Katú vem recebendo muitas mensagens de apoio, mas também muitas críticas e ataques.
A ativista apagou sua página no Facebook perto das 16h desta sexta-feira, após dizer que sofreu ameaças no seu perfil.
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Katú se reconheceu indígena após adulta, ao entrar em uma jornada de resgate a suas origens. Ela foi adotada como Kátia Rodrigues aos 11 meses de idade por um casal de brancos no interior de SP, depois de ser abandonada pela mãe. Neste período, já entendia que era vista como diferente pelos demais, mas a descoberta de suas origens veio somente na adolescência, quando teve contato com seus pais biológicos.
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A afirmação como indígena, segundo ela, veio após ter sido sequestrada e estuprada em 2013, aos 27 anos. Ela diz que ainda recebe ameaças e prefere não dizer em qual cidade mora. Ela conta ganhou seu nome Katú Mirim após cerimônia em janeiro de 2018 na aldeia Guarani Mbya, no Jaraguá, em São Paulo.
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Katú procura se engajar em dar voz e visibilidade aos povos indígenas contando a sua rotina e sua história em um canal no YouTube. Ela afirma que a luta sobre a demarcação de terras e preservação do meio-ambiente é importante, porém não é a única.
A ativista chama a atenção para questões como saúde indígena, suicídio, etnocídio, violência às mulheres indígenas e também sobre o acesso à universidade.
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