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Saiba quem é o brasileiro Carlos Ghosn, chefão da Nissan e da Renault preso por fraude

Nascido no Brasil, em Porto Velho (RO), filho de pai libanês e mãe francesa, O Globo informa que Carlos Ghosn tinha três nacionalidades  e acumulava a presidência do Conselho da Nissan com a presidência executiva da Renault.  Ele ganhou fama mundial em 1999, após salvar a Nissan da falência, feito que o levou a ser tratado como celebridade no Japão. Ele era um dos executivos mais respeitados do ramo e recebeu uma série de premiações, entre elas a de Empresário do Ano na Ásia, concedida pela Fortune em 2012. Ghosn foi preso nesta segunda-feira, no Japão, por suspeita de  fraude fiscal. A montadora japonesa disse que irá demiti-lo. Ele ocupava o cargo de presidente do Conselho de Administração da empresa.

De acordo com a publicação, formado em engenharia, pelas universidades École Polytechnique, em 1974, e École de Mines, em 1978, o executivo iniciou sua carreira profissional na Michelin, maior fabricante de pneus da Europa, permanecendo 18 anos na empresa, quatro deles presidindo a subsidiária brasileira. Com 30 anos, em 1985, tornou-se diretor de operações da multinacional na América do Sul, quando voltou ao Rio de Janeiro, onde ficou até 1989. Mudou-se, então, para Greenvile, nos Estados Unidos, para exercer o cargo de diretor executivo da Michelin no país. Ghosn foi contratado para ser vice-presidente executivo da Renault em 1996, período em que a organização vivia problemas financeiros. Ele foi um dos grandes responsáveis pela virada da montadora francesa: no fim de 1997, um ano após sua chegada, a montadora obteve lucro.

Em março de 1999, a Renault e a Nissan formaram a Aliança Renault-Nissan e, em maio de 1999, a Renault adquiriu uma participação de 36,8% da montadora japonesa. Quando entrou na empresa, a Nissan tinha uma dívida de US$ 20 bilhões, e somente três dos 46 modelos da veículos vendidos no Japão davam lucro. O Plano de Recuperação da Nissan de Ghosn, anunciado em outubro de 1999, tinha como objetivo que a empresa voltasse à lucratividade no ano seguinte e a uma redução de 50% do nível da dívida até o fim de 2002. Confiante de que o plano daria certo, Ghosn chegou a dizer que pediria demissão casos ele fracassasse. Não foi necessário. Em 2002, a Nissan havia reduzido sua dívida quase á metade, além de ter se tornado um dos negócios mais lucrativos do setor. Três anos depois, Ghosn assumiu a diretoria-executiva da Renault. Assim, tornou-se a primeira pessoa do mundo a dirigir simultaneamente duas empresas na lista da Fortune Global 500. Com as mudanças implementadas no grupo, Ghosn passou a ser conhecido no setor automobilístico, além de ganhar o apelido de ‘cost killer‘ (cortador de custos), completa o Jornal O Globo.

Presidente do Conselho de Administração da Nissan, Carlos Ghosn será demitido após denúncias de sonegação fiscal Foto: VANDERLEI ALMEIDA / AFP