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Saída dos chefes das FFAA é recado de que Alto Comando não cederá ao golpismo, dizem generais

Da Coluna de Malu Gaspar no Globo:

Bolsonaro com generais do Exército
Fernando Souza / AFP

O Alto Comando do Exército decidiu em reuniões ontem e hoje que não vai ceder ao impulso golpista de Jair Bolsonaro. Os generais estão contrariados com a demissão do ministro da Defesa. Avaliam que o presidente quer usar a força militar para “uma aventura”, e dizem que vão resistir.

Os 16 generais de quatro estrelas que formam a instância máxima da força militar discutiram ontem a substituição do comandante do Exército Edson Leal Pujol, que deve deixar o cargo, e resolveram enviar um recado claro ao presidente de que o Exército não vai aderir às tentativas de Bolsonaro de pedir apoio ao governo contra o STF e a ações que vem sendo cogitadas no  interior do governo, como a decretação de um estado de Defesa ou estado de sítio.

A saída dos três chefes das Forças Armadas, decidida agora há pouco, faz parte desse movimento. O mais cotado para assumir o comando do Exército é o general Marco Antônio Freire Gomes, Comandante Militar do Nordeste. Na Marinha, deve assumir o Almirante Almir Garnier, hoje Secretário-Geral do Ministério da Defesa.

Entre os generais do Alto Comando o que se diz é que, embora a indicação de Freire Gomes seja a que mais agrada Bolsonaro, “ele não será dócil” ao presidente. O general, considerado um moderado, é o quinto mais antigo da carreira. A tradição é que o comandante do Exército seja escolhido entre os três mais antigos. Mas o Alto Comando não vai se opor a que Freire Gomes seja indicado por Bolsonaro.

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