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Saída está na unidade das esquerdas, diz José Dirceu

José Dirceu em novo vídeo ao Nocaute. Foto: Reprodução/YouTube

De José Dirceu no site Poder360.

Estou seguro de que o mapa do país está sendo redesenhado neste 2º turno. De nossos erros e acertos, encontros e desencontros, construiremos a unidade das forças de oposição contra o governo de Jair Bolsonaro, às reformas ultra-liberais e à desigualdade social e econômica.

Semana difícil de escrever, começar por onde e por qual tema, vivemos um labirinto, às vezes num turbilhão prestes a se tornar um furacão. No dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, Lula fez um pronunciamento sobre o racismo de nossa sociedade e a história nem sempre contada da escravidão e suas sequelas mais do que presentes. Infelizmente, a realidade se impôs com o covarde e bárbaro assassinato do João Alberto Freitas por seguranças no Carrefour em Porto Alegre, na véspera da data comemorativa.

Assistimos, então, à enxurrada de declarações de Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, todas negando o racismo, que refletem o pensamento não apenas predominante nas Forças Armadas como em amplos setores da nossa elite e mesmo do nosso povo. O que nos traz à memória o extraordinário esforço de resgate de nossa histórica e de políticas afirmativas – sociais e culturais –implantadas nos governos de Lula e Dilma e o longo caminho que temos pela frente na luta contra o racismo e pela igualdade.

Desta vez, o crime não foi banalizado e não ficará impune. O sentimento de indignação e a disposição de luta afloraram pelas mãos da juventude. Nas ruas, os protestos exigiram justiça e o fim do racismo –na maioria das vezes escondido e violento– que persiste em nosso pais.

Outro símbolo e aviso da grave situação de ingovernabilidade do pais e os riscos que corremos sob Bolsonaro, tutelado é verdade pela direita e Centrão, são o apagão no Amapá e a criminosa política de omissão frente à pandemia do coronavírus. O governo continua negando o aumento a olhos vistos das internações e assiste, como se não ocorressem no mundo real, à nova e violenta onda de contaminação nos Estados Unidos, na Europa e mesmo na Ásia. De nada adiantam os alertas dos especialistas e a superlotação dos leitos hospitalares. O presidente e seu governo, e até mesmo Doria e Bruno Covas, estes por razões eleitorais, subestimam a gravidade da situação sanitária.

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