“Saída honrosa”: Marcos do Val recusa deixar Senado e chama Moraes de “bandido”

O senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES), alvo de uso de tornozeleira eletrônica e congelamento de salário por decisão do ministro Alexandre de Moraes, descartou aceitar um afastamento temporário do cargo. A proposta, defendida pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), seria uma “saída honrosa” por seis meses em troca da suspensão parcial das medidas cautelares.
A sugestão foi levada ao colégio de líderes, mas recebeu resistência do parlamentar, que afirmou ao Metrópoles: “Não! Eu não cometi nenhum crime. E não negocio com bandido”, referindo-se ao ministro do STF. Líderes partidários tentaram convencê-lo a aceitar o afastamento voluntário, mas o senador se manteve firme em recusar a proposta.
Alcolumbre também estuda retomar os trabalhos do Conselho de Ética, que está parado há mais de um ano. O colegiado, formado por 15 membros titulares e 15 suplentes, poderá analisar infrações ao decoro parlamentar e oferecer soluções internas sem necessidade de intervenção do STF.
O senador é investigado por divulgar imagens de delegados da Polícia Federal ligados a inquéritos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. Em julho, ele viajou aos Estados Unidos com passaporte diplomático, descumprindo decisão judicial. Ao retornar, foi alvo de operação da PF, teve de colocar tornozeleira eletrônica e está proibido de usar redes sociais.