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Saiu o artigo mais imbecil sobre a crise: “Temer pode ser o fiador da transição moral”, diz consultor Mario Rosa

 

Saiu o artigo mais imbecil da crise política e é em defesa de Temer. Foi escrito por Mario Rosa, “consultor” e “gerenciador de crises” de políticos.

Ex-jornalista, há tempos no submundo do lobbie e sabe Deus o que mais, Rosa foi alvo de um mandado de busca e apreensão da PF na Operação Acrônimo, que investiga suposto esquema de corrupção envolvendo o ex-ministro e governador de Minas, Fernando Pimentel.

Teria contratos da ordem de R$ 40 milhões.

“Temer pode ser o fiador para conduzir a transição moral”, escreve Rosa no Poder360:

Tudo bem: se as manchetes estiverem certas, o governo acabou, o caos é inevitável, o sistema político implodiu, a crise vai atingir um patamar de octanagem inédita. Mas…e se? E se houver outras possibilidades de desfecho não tão previsíveis? E se Sua Excelência, o Imponderável, decidir lançar seus dados e fazer seu jogo? Este artigo explora uma dessas impossibilidades possíveis, aliás, bem possíveis, se levarmos em conta a tradição e a história recente do país.

(…)

Há muitos pontos de contato entre Temer e Sarney. Nada mais improvável do que a epítome das contradições do sistema político corrompido e embolorado brasileiro, o líder do maior partido, o símbolo que é o PMDB, ter seu mais eminente representante conduzindo a transição que leve o país a um novo patamar de moralidade na política. Já não tivemos o precedente de Sarney? Por que não Temer?

(…)

Nesse sentido e quase à sua revelia, Temer pode representar um importante fator de teste de stress para a democracia brasileira, sobretudo sua manutenção, dentro das regras constitucionais. Ascos à parte deste ou daquele, o fato é que nada melhor para um país do que ter instituições capazes de prover previsibilidade. Já fomos capazes, como sociedade, de retirar um presidente eleito pelo voto logo no despertar de nossa redemocratização. Superamos esse trauma sem grandes pavores. A hiperinflação foi vencida dentro de um arcabouço legal.

(…)

E ainda assim, se todas essas elucubrações não funcionarem, temos na prateleira um jovem e puro presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pronto para agregar em torno de si o dia seguinte a qualquer colapso imprevisível. Um rosto novo, com uma agenda econômica favorável ao livre mercado e com profundo conhecimento do Congresso. O que isso tudo quer dizer? Apenas que a histeria da crise política no noticiário é maior do que a real. Temos remédios institucionais da mais tradicional alopatia política. Não precisamos temer nem recorrer a bruxarias nem curandeiros.