Sakamoto: Ao copiar Goebbels, Roberto Alvim devolve o nazismo ao colo de governos de extrema direita

Da Coluna de Leonardo Sakamoto no UOL.
Toma-se todo o cuidado para evitar comparar comportamentos do governo Jair Bolsonaro com práticas adotadas pelo regime nazista de Adolf Hitler. Jornalistas e historiadores, por mais que cocem as mãos diante de fatos e processos similares, sabem que há um abismo intransponível de distância entre ambos.
Existe até um nome para o uso dessa comparação: “Reductio ad Hitlerum”, ou seja, a redução de uma argumentação a Hitler e os nazistas. Como há poucas coisas tão ruins na história da humanidade como esse, comparar alguém a ele é tentar desqualificar pura e simplesmente quando faltam argumentos. Por isso, é visto como uma falácia.
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Roberto Alvim pode até se justificar, dizendo que isso não passou de uma “performance” artística para causar incômodo, a fim de reduzir o estrago.
Ele prestou, contudo, dois favores. Primeiro, devolveu o nazismo ao seu lugar de direito, ou seja, junto a governos de extrema-direita.
E ajudou o governo a sair do armário. Já que os altos funcionários de Bolsonaro abraçam a ética e a estética nazista, a população do Brasil e do mundo pode chamar o governo por aquilo que ele almeja ser.