Sakamoto: “Se não fugir de novo, esposa de Queiroz pode ser enxaqueca para Bolsonaro”
Da Coluna de Leonardo Sakamoto no UOL:

(…) A prisão daquele que é apontado pelo Ministério Público do Rio como operador do desvio de salários do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, é notícia ruim para o presidente da República. Não tanto por Queiroz, personagem leal a Jair, seu faz-tudo há tantos anos e companheiro de pesca, que diante de uma “pica do tamanho de um cometa” é capaz de ficar mudo como um bonequinho de Tony Montana. Mas por que a decisão também inclui sua esposa, Márcia Oliveira de Aguiar.
(…) Não há garantia que Márcia ostente o mesmo desprendimento de trocar sua liberdade pelo sono da primeira-família. Vale lembrar que ela estava foragida da Justiça quando foi beneficiada com a prisão domiciliar. O motivo não foi sua condição de saúde, mas a avaliação de Noronha de que ela precisava cuidar do marido durante a pandemia. E ela pode aceitar falar o que sabe para proteger a si mesmo ou à filha, Nathália, também envolvida no esquema de “rachadinhas”.
(…) Os repasses, transferências e pagamentos são um exemplo, mas não o único de dúvidas que poderiam ser respondidas por ela. Márcia de Aguiar poderia falar sobre as relações do gabinete de Flávio Bolsonaro com o falecido Adriano da Nóbrega, chefe do grupo de matadores de aluguel Escritório do Crime, e com os milicianos da Zona Oeste do Rio. Ou dos dias em que o então deputado federal, Jair Bolsonaro, ia despachar no gabinete do filho, na Assembleia.
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