Sala secreta do TSE não é secreta

Amplamente divulgada por Jair Bolsonaro (PL), a “sala secreta do TSE” não é secreta. O local onde o presidente diz que “meia dúzia de técnicos” decide quem vai ganhar as eleições corresponde à Seção de Totalização e Divulgação de Resultados, localizada em um prédio anexo à sede do TSE, em Brasília. Lá, 20 funcionários desenvolvem o software das eleições para alimentar as urnas eletrônicas e contabilizar os votos, além de, no dia do pleito, monitorar o funcionamento dos programas para fazer ajustes caso haja alguma falha técnica.
O UOL teve acesso ao local, que pode ser visitado por qualquer pessoa que tenha interesse e se identifique na portaria do TSE, como os visitantes do prédio já fazem. É, inclusive, comum que integrantes de partidos, membros do Ministério Público e entidades fiscalizadoras fiquem lá no dia da votação para acompanhar o funcionamento do sistema.
Quando a votação é encerrada, os votos são impressos, enviados para o cartório eleitoral mais próximo e, de lá, encaminhados ao TSE. Nesse percurso não existe possibilidade de adulterar os votos, já que os programas são lacrados antes do pleito, com a presença de entidades fiscalizadoras e partidos políticos.
Assim, os votos são enviados para um supercomputador, localizado em uma espécie de sala-cofre que fica a poucos metros da Seção de Totalização. Essa sala, por questões de segurança, funciona como um cofre de banco e a entrada de visitantes não é permitida. Apenas dois servidores podem entrar por vez, após inserirem senha e digitais em duas portas automáticas. O supercomputador é inviolável e a presença de servidores acontece somente quando a máquina necessita de algum tipo de manutenção.
No dia 2 de outubro, ninguém ficará sabendo do resultado parcial da eleição antes das 17h, horário em que a votação é encerrada. Nesse horário, o TSE divulgará para os que estão na sala e para o Brasil inteiro como anda a contagem dos votos. Já o resultado matemático da eleição tem a previsão de sair às 21h desse mesmo dia.