São Paulo enfrenta alta de hepatite A; prefeitura libera vacina para usuários de PrEP

A cidade de São Paulo enfrenta um surto de hepatite A, com 353 casos registrados entre janeiro e 15 de maio de 2025, segundo a Coordenadoria de Vigilância em Saúde. O aumento da incidência levou a prefeitura a ampliar a vacinação para usuários da PrEP contra o HIV e homens que fazem sexo com homens. A medida visa conter a propagação do vírus, que pode ser transmitido por via fecal-oral, inclusive durante práticas sexuais como o sexo anal e o beijo grego.
Segundo o infectologista Rico Vasconcelos, da USP, o risco de contágio existe mesmo antes do aparecimento dos sintomas, o que torna essencial a prevenção. A hepatite A não deve ser associada exclusivamente a um grupo, pois também afeta pessoas sem acesso a saneamento básico. A vacinação gratuita está disponível em unidades especializadas da capital para grupos prioritários, como pacientes com HIV e doenças hepáticas.
O surto atual repete padrões registrados em anos anteriores, como 2018 e 2023, e acompanha uma tendência mundial de aumento da doença entre adultos. A Secretaria Municipal da Saúde informa que já foram aplicadas mais de 8 mil doses da vacina em adultos em 2025, número superior ao de todo o ano passado. No estado, foram confirmados 950 casos apenas no primeiro semestre.
A pasta reforça medidas de higiene como lavagem adequada das mãos e alimentos, e uso de preservativos em relações sexuais. Além da vacinação, especialistas destacam a importância de políticas públicas voltadas ao saneamento e à educação em saúde para conter a disseminação da hepatite A na capital e em outras regiões do país.