São Paulo registra recorde de sem-tetos, mesmo com mais de 80% de imóveis desocupados

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Na cidade, que é marcada pelos altos números de moradores em situação de rua, a quantidade de imóveis abandonados até no ano de 2020, mais de 80% de imóveis estão vazios. Em 2021, o numero de moradores na maior metrópole do Brasil chegou a 31 mil pessoas.
De acordo com a pesquisa da arquiteta e doutora pela Universidade se São Paulo, Ana Gabriela Akaishi, cerca de 82 são prédios totalmente abandonados. Ainda segundo a prefeitura, dos 666 imóveis do centro da capital paulista, 84% deles estão desocupados.
“Houve uma redução drástica de imóveis notificados nos últimos anos. Além disso, a prefeitura poderia trabalhar na lógica do consórcio. Chamar investidores interessados em imóveis desocupados, propõem uma contrapartida pública e realiza o projeto social, por exemplo”, afirmou Fernando Túlio Franco, presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil em São Paulo.
Isso porque, segundo a lei, a prefeitura é autorizada a fazer desapropriações de imóveis desocupados por mais de cinco anos desde 2019 para projetos de habitação social, mas a norma não tem sido cumprida.
Ainda de acordo com Ana Gabriela, na prefeitura não há medidas definitivas para o uso apropriado dos prédis e imóveis. “É um território em disputa, mas sem uma definição clara do poder público sobre o que se quer para a região. Há quem defenda que a ocupação deve ser por jovens de classe média, mas a população de baixa renda que mora no centro vive em geral em condição precária”, explicou.
Entre os edifícios abandonados estão prédios inteiros de investidores, mas também de instituições religiosas ou de espólios de pessoas já falecidas e cujas posses estão em litígios judiciais.