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Seca histórica agrava incêndios no Pantanal e na Amazônia e ameaça colapso ambiental

Incendio. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

A combinação entre crise hídrica e mudanças climáticas tem provocado uma escalada nos focos de incêndio no Pantanal e na Amazônia neste mês de junho. O nível dos rios em regiões críticas, como o rio Paraguai e afluentes do rio Madeira, está entre os mais baixos da última década. A estiagem prolongada, somada às temperaturas elevadas, transforma áreas inteiras de vegetação em material inflamável, aumentando o risco de queimadas descontroladas.

Especialistas apontam que o avanço precoce do período seco em 2025 tem características atípicas, com redução drástica das chuvas e falta de umidade no solo mesmo em zonas tradicionalmente úmidas. Relatórios de campo revelam que mais de 2 mil focos de calor foram registrados apenas em junho nos dois biomas, com destaque para áreas protegidas e reservas indígenas. A situação já impacta a fauna local, com registros de migração forçada e animais mortos por inalação de fumaça.

Reportagens especiais têm mostrado comunidades ribeirinhas em situação crítica, com dificuldade de acesso à água potável e aumento de doenças respiratórias causadas pela fumaça. Organizações ambientais alertam que, sem ações coordenadas, o Brasil poderá enfrentar uma crise socioambiental sem precedentes, com prejuízos permanentes à biodiversidade.

A crise atual reacende o debate sobre o desmatamento, a falta de fiscalização e a demora na resposta das autoridades. O cenário de colapso em partes do Pantanal e da Amazônia já é visível em imagens de satélite e nas denúncias feitas por moradores e brigadistas locais, que lutam com poucos recursos para conter os incêndios em um dos maiores patrimônios ambientais do planeta.