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Secretário de Alckmin alterou manejo no Tietê para favorecer Fiesp, aponta investigação

Do Estadão:

 

Novos depoimentos ao Ministério Público de São Paulo dentro da investigação que apura se o secretário estadual de Meio Ambiente, Ricardo Salles, cometeu improbidade administrativa reafirmaram que ele agiu para alterar o plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) Várzea do Tietê atendendo a solicitações da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Os funcionários da Fundação Florestal afirmam que Salles pediu mudanças no texto de decreto do zoneamento que possibilitaram, por exemplo, a atividade de mineração de areia e cascalho em boa parte da APA, inclusive em uma das zonas mais restritivas.

As alterações são ainda mais impactantes para o meio ambiente que aquelas observadas em seis mapas há cerca de um mês pelo MP, conforme noticiado pelo Estado em 17 de fevereiro. O aval à mineração havia sido rejeitado por técnicos da Fundação Florestal em razão da “interferência no regime hidrodinâmico no Rio Tietê, em sua várzea e na paisagem”, como explicou, em depoimento, Rodrigo Victor, assessor do diretor-executivo da Fundação Florestal. Ele disse ao MP que “a mineração tem potencial de causar significativa degradação ambiental, dependendo da extensão da atividade”.

O funcionário contou que essa discussão foi feita somente entre a secretaria e a Fiesp, sem outros membros do Consema, e houve um momento em que estava a Fundação Florestal de um lado, contrária à mudança, e a Fiesp do outro, pedindo que isso fosse feito. “Tal dissenso era submetido ao secretário Ricardo Salles para sua decisão (…) (que) decidiu acolher o pleito da Fiesp. A mineração passou, então, a ser admitida.”

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